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O sucesso do tratamento
endodôntico depende de uma adequada limpeza, formatação e obturação de todo o
sistema de canais radiculares. Muitos dentes podem não responder positivamente
a um tratamento endodôntico devido a erros de procedimentos em alguma ou todas
as etapas do tratamento, bem como podem estar relacionados a complexidade anatômica,
a morfologia dos canais.
Os molares superiores são um dos
dentes mais tratados endodonticamente no mundo, apresentam alta complexidade
anatômica e uma alta frequência de insucesso
relacionada aos canais MV2 que não foram localizados e nem tratados (missed
canals). Vários estudos mostram que estes canais “perdidos” têm um impacto
significativo no prognóstico do tratamento endodôntico, pois podem servir de
abrigo para microorganismos desenvolverem infecções.
Existem várias técnicas e
procedimentos para localizar e tratar o canal MV2, mas considero o estudo da
anatomia dos canais como item primeiro para se alcançar o êxito no tratamento
destes dentes, que apresentam potencial para apresentarem-se com canais extras
ou adicionais.
O estudo da morfologia anatômica
dos dentes e seus canais, o conhecimento da localização e porcentagem de canais
presentes em um determinado dente, é fundamental para que o profissional possa
saber o que, onde e como procurar por determinado canal. Conhecedor da
anatomia, o profissional pode assim lançar mão das técnicas e tecnologias
(microscópio, ultrassom, tomografia, etc..) para realizar o tratamento de
maneira eficiente e com probabilidade maior de alcançar o sucesso.
Neste caso clínico que apresento,
apesar de servir para ilustrar uma situação em que o canal MV2 não havia sido
localizado e nem tratado, é uma amostra também de que houve deficiência ou
erros de procedimentos durante a sua realização, pois percebe-se radiograficamente
que a qualidade da obturação dos canais MV, DV e P é deficiente: sem densidade,
sem adaptação, sub-obturados. Pode-se inferir portanto, que as demais etapas
anteriores à obturação do tratamento endodôntico (limpeza e modelagem) também
foram negligenciadas.
Para a realização deste retratamento
endodôntico, além das radiografias periapicais iniciais de estudo, foi
utilizado também o estudo tomográfico (tomografia computadorizada cone-beam - CBCT)
e os recursos do Microscópio Operatório e Ultrassom.
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