quinta-feira, 26 de março de 2020

Uso de pinos de fibra de vidro na Endodontia: Qual o comprimento de inserção do pino?

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Alguns dentes que foram tratados endodonticamente podem requerer a instalação de pinos intraradiculares de fibra de vidro. Esta é uma decisão clínica, que deve ser tomada em função de alguns fatores relacionados a estrutura dental remanescente após finalizado os procedimentos endodônticos. De um modo em geral, os pinos intraradiculares são comumente utilizados quando o remanescente coronário dental não apresenta suporte ou estrutura para retenção de uma restauração coronária, seja uma restauração direta ou indireta.

A perda de estrutura dental provocada pela cárie ou decorrente de um trauma dental, compromete muito mais a resistência do dente do que o próprio tratamento endodôntico. Atualmente, os endodontistas tem focado no sentido de preservar ao máximo a estrutura dental, seja realizando acessos coronários conservadores, seja realizando a limpeza e modelagem dos canais também de maneira conservadora, conservando ao máximo as paredes dentinárias do canal sem comprometer a limpeza e desinfecção dos canais.

Antigamente, quando se utilizava os pinos metálicos, havia a preocupação com o comprimento de inserção do pino, com o objetivo de aumentar a retenção e estabilidade do mesmo dentro do espaço do canal. Com os pinos de fibra de vidro associado às técnicas e materiais adesivos utilizados atualmente, os pinos não requerem que sejam inseridos em grande profundidade no canal, por conta da técnica adesiva e do módulo de elasticidade semelhante ao da dentina. Entretanto, se anatomicamente for possível aumentar a profundidade de cimentação do pino e quanto mais for ajustado anatomicamente ao formato do canal radicular, menor será a possibilidade de ocorrência de falhas na retenção dos pinos de fibra de vidro.

O caso clínico apresentado acima ilustra uma situação em que, no mesmo paciente, e em dentes vizinhos diferentes, os pinos de fibra de vidro foram cimentados em extensões de profundidade diferentes. No dente 11 foi possível cimentar o pino num comprimento maior do canal, pois o formato anatômico do canal permitiu que assim fosse feito. Já no dente 12, o pino foi cimentado numa extensão de profundidade menor, já que a anatomia curva do canal (curvatura no sentido vestíbulo-palatino não visualizada no exame radiográfico, mas clinicamente observada com o auxílio do Microscópio Operatório) não permitia o avanço em maior profundidade, respeitando-se então o limite imposto pela configuração anatômica do canal de maneira a não provocar desgastes desnecessários na parede do canal e sem comprometer a retenção do pino de fibra de vidro.

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