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Alguns dentes que foram tratados
endodonticamente podem requerer a instalação de pinos intraradiculares de fibra
de vidro. Esta é uma decisão clínica, que deve ser tomada em função de alguns
fatores relacionados a estrutura dental remanescente após finalizado os
procedimentos endodônticos. De um modo em geral, os pinos intraradiculares são
comumente utilizados quando o remanescente coronário dental não apresenta
suporte ou estrutura para retenção de uma restauração coronária, seja uma
restauração direta ou indireta.
A perda de estrutura dental
provocada pela cárie ou decorrente de um trauma dental, compromete muito mais a
resistência do dente do que o próprio tratamento endodôntico. Atualmente, os
endodontistas tem focado no sentido de preservar ao máximo a estrutura dental,
seja realizando acessos coronários conservadores, seja realizando a limpeza e
modelagem dos canais também de maneira conservadora, conservando ao máximo as
paredes dentinárias do canal sem comprometer a limpeza e desinfecção dos
canais.
Antigamente, quando se utilizava
os pinos metálicos, havia a preocupação com o comprimento de inserção do pino, com
o objetivo de aumentar a retenção e estabilidade do mesmo dentro do espaço do
canal. Com os pinos de fibra de vidro associado às técnicas e materiais
adesivos utilizados atualmente, os pinos não requerem que sejam inseridos em
grande profundidade no canal, por conta da técnica adesiva e do módulo de
elasticidade semelhante ao da dentina. Entretanto, se anatomicamente for possível
aumentar a profundidade de cimentação do pino e quanto mais for ajustado
anatomicamente ao formato do canal radicular, menor será a possibilidade de
ocorrência de falhas na retenção dos pinos de fibra de vidro.
O caso clínico apresentado acima
ilustra uma situação em que, no mesmo paciente, e em dentes vizinhos diferentes,
os pinos de fibra de vidro foram cimentados em extensões de profundidade
diferentes. No dente 11 foi possível cimentar o pino num comprimento maior do
canal, pois o formato anatômico do canal permitiu que assim fosse feito. Já no
dente 12, o pino foi cimentado numa extensão de profundidade menor, já que a
anatomia curva do canal (curvatura no sentido vestíbulo-palatino não
visualizada no exame radiográfico, mas clinicamente observada com o auxílio do
Microscópio Operatório) não permitia o avanço em maior profundidade,
respeitando-se então o limite imposto pela configuração anatômica do canal de
maneira a não provocar desgastes desnecessários na parede do canal e sem
comprometer a retenção do pino de fibra de vidro.
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