Este caso clínico de retratamento
endodôntico ilustra uma situação em que as etapas de desobturação dos canais
radiculares foram realizadas sem maiores dificuldades. Para a remoção da
guta-percha de dentro dos canais, inicialmente foram utilizadas pontas de
ultrassom na porção coronária dos canais e em seguida limas manuais C-Pilot
associada com eucaliptol nos terços médio e apical. Após obtenção da patência
nos canais e realização da odontometria eletrônica, os canais foram
repreparados com lima rotatória Easy 15/05 e lima Reciproc 25/08.
Após finalizada a formatação dos
canais, foi empregado o instrumento rotatório XP Clean (MK Life) para auxiliar
nos procedimentos de limpeza dos canais radiculares. Este instrumento atua com
o objetivo de complementar os procedimentos de limpeza e desinfecção dos canais
através da agitação da substância irrigadora e contato mecânico com as paredes
internas do canal, removendo assim debris, micro-organismos e restos de material
obturador que ficam aderidos nas reentrâncias dos canais.
Durante a utilização da XP Clean
no canal MV, o instrumento fraturou e não foi possível realizar a remoção do
fragmento. As tentativas de remoção acabaram por “empurrar” o fragmento para
uma posição mais apical e mais curva do canal. Este acidente provavelmente tenha
ocorrido em função da morfologia dos canais MV e ML, que sem encontravam no
terço apical terminando em um único forame. Normalmente existe uma curvatura
abrupta no ponto de encontro destes canais (classificação Tipo 2 Vertucci) ou a
presença de istmos, sendo que provavelmente o instrumentou travou neste ponto
de encontro do canais e resultou na ruptura do instrumento. Outra possibilidade
para ocorrência deste acidente pode estar relacionada ao operador 😀 .
Sendo assim, optei por realizar a
obturação dos canais radiculares englobando o fragmento na massa obturadora
(guta-percha MK Life + cimento AH Plus) sem que houvesse nenhum prejuízo pra o
resultado final do retratamento endodôntico.
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