Dens in dente é uma má-formação de desenvolvimento do
dente, em que ocorre uma invaginação do esmalte em direção ao espaço pulpar,
formando um defeito estreito que facilita a retenção bacteriana e pode
predispor ao aparecimento de cáries, criando assim uma via de acesso ao órgão
pulpar, propiciando assim o aparecimento de danos a polpa.
Em pacientes jovens, é importante a identificação e
diagnóstico precoce desta má-formação para evitar danos pulpares em dentes que
ainda não completaram a formação radicular e estão ainda com ápices abertos. O
tratamento profilático dessas áreas é indicado para prevenir cáries e manter a
vitalidade da polpa dental, através do selamento com resina composta. Dentes
afetados por esta má-formação e não adequadamente diagnosticados estão sujeitos
a desenvolver cáries e patologias pulpares.
O tratamento endodôntico de casos de Dens in dente é
bastante desafiador, dada a sua complexidade anatômica. Um profissional
Especialista em Endodontia, experiente nestes tipos de casos, está preparado
para tratar adequadamente estes casos por dispor de um aparato tecnológico e
treinamento para estas situações complexas.
O tipo mais comum de Dens in dente é o tipo I (ver
figura acima), muito comum de ser observado nos incisivos laterais e incisivos
centrais superiores. Características clínicas muito comum de serem observados é
a presença de um proeminente cíngulo palatino nos incisivos laterais e centrais
superiores. É uma condição totalmente assintomática para o paciente, mas os
casos identificados tardiamente podem apresentar sintomas de pulpite
irreversível ou periodontite apical, indicando que ocorreu a proliferação
bacteriana para o espaço pulpar através da área de má-formação do esmalte
dental.
Em 43% dos casos o Dens in dente é bilateral, ou seja,
se você identificou um Dens in dente, verifique também o dente contralateral.
O caso clínico apresentado foi realizado em uma
criança que havia desenvolvido um quadro de abscesso periapical sintomático,
com formação de edema extra-oral em duas situações diferentes e os
profissionais por quais a criança passou não conseguiram fechar o diagnóstico do
caso clínico, pois segundo relato dos pais “não havia sido encontrado nenhuma
cárie no dente da criança”.
(Clique na imagem para ampliar)
Com a realização da radiografia periapical e exame
clínico, foi identificado a presença de um cíngulo proeminente na face palatina
do dente 22, recaindo a suspeita diagnóstica de que estávamos diante de um caso
de Dens in dente. Tive a oportunidade de confirmar o diagnóstico clínico e
radiográfico através da realização de uma tomografia cone-beam, o que em muito
ajudou no planejamento da intervenção endodôntica.
O tratamento foi desenvolvido seguindo os princípios
de controle da infecção, para em seguida ser finalizado empregando um plug
apical de MTA e obturação do restante do canal com guta-percha
termoplastificada e selamento definitivo da abertura coronária com resina
Luxacore.
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