quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Uso da Tomografia Computadorizada na localização do canal MV2 previamente ao retratamento de canal.

 (Clique nas imagens para ampliar)



A anatomia interna dos canais tem destaque importante no planejamento e na execução do tratamento endodôntico, o que exige que o endodontista tenha conhecimento básico da morfologia do canal radicular e suas possíveis variações anatômicas.
As radiografias periapicais são fundamentais no diagnóstico e planejamento dos casos a serem executados, mas  fornecem informações anatômicas limitadas do dente, pois proporciona informações apenas em duas dimensões (2D) de uma estrutura que é tridimensional (3D), o que pode levar a mal entendidos da anatomia radicular por causa da sobreposição das raízes.
O recurso da Tomografia Computadorizada Cone Beam (CBCT) tem mostrado ser um bom método diagnóstico para a identificação inicial da morfologia interna das raízes e canais radiculares, assim como o Microscópio Operatório tem facilitado a localização visual dos canais radiculares durante a intervenção endodôntica, notavelmente na identificação do canal MV2. Os estudos tem mostrado que as informações obtidas com a CBCT sobre o anatomia do dente e da morfologia do canal previamente ao tratamento endodôntico podem facilitar a execução do procedimento.
A complexidade anatômica dos molares superiores é provavelmente uma das razões por trás dos insucessos endodônticos observados nestes dentes, pois em alguns casos um canal esquecido ou não-tratado pode abrigar bactérias persistentes. O canal MV2, na raiz mésio-vestibular dos molares superiores tem mostrado ser de alta frequência e a localização deste canal é uma tarefa desafiadora até mesmo para os profissionais mais experientes.
Para exemplificar, o trabalho de Reis et al. (JOE, May 2013) identificou a presença do canal MV2 em 88,5% dos primeiros molares superiores.
O caso clínico apresentado mostra uma situação em que, baseado na alta incidência do canal MV2 nos molares superiores e na suspeita radiográfica de que este canal não havia sido tratado, foi realizado previamente à intervenção endodôntica o exame tomográfico do dente com o objetivo de identificar a possível presença do canal MV2, tornando assim a busca clínica por este canal mais precisa e objetiva com o Microscópio Operatório, pois a tomografia permite, além de identificar a presença ou não do canal MV2, nos mostra também o ponto exato em que ele se inicia na raiz (terço coronário, médio ou apical), racionalizando assim a área de desgaste de tecido dental com as pontas de ultrassom.

Nenhum comentário:

Postar um comentário