(Clique nas imagens para ampliar)
A anatomia interna dos canais tem destaque
importante no planejamento e na execução do tratamento endodôntico, o que exige
que o endodontista tenha conhecimento básico da morfologia do canal radicular e
suas possíveis variações anatômicas.
As radiografias periapicais são fundamentais no
diagnóstico e planejamento dos casos a serem executados, mas fornecem informações anatômicas limitadas do
dente, pois proporciona informações apenas em duas dimensões (2D) de uma estrutura
que é tridimensional (3D), o que pode levar a mal entendidos da anatomia
radicular por causa da sobreposição das raízes.
O recurso da Tomografia Computadorizada Cone
Beam (CBCT) tem mostrado ser um bom método diagnóstico para a
identificação inicial da morfologia interna das raízes e canais radiculares, assim
como o Microscópio Operatório tem
facilitado a localização visual dos canais radiculares durante a intervenção endodôntica,
notavelmente na identificação do canal MV2. Os estudos tem mostrado que as informações
obtidas com a CBCT sobre o anatomia do dente e da morfologia do canal previamente
ao tratamento endodôntico podem facilitar a execução do procedimento.
A complexidade anatômica dos molares superiores
é provavelmente uma das razões por trás dos insucessos endodônticos observados
nestes dentes, pois em alguns casos um canal esquecido ou não-tratado pode
abrigar bactérias persistentes. O canal MV2, na raiz mésio-vestibular dos
molares superiores tem mostrado ser de alta frequência e a localização deste
canal é uma tarefa desafiadora até mesmo para os profissionais mais
experientes.
Para exemplificar, o trabalho de Reis et al.
(JOE, May 2013) identificou a presença do canal MV2 em 88,5% dos primeiros molares
superiores.
O caso
clínico apresentado mostra uma situação em que, baseado na alta incidência do canal MV2 nos molares superiores e na suspeita radiográfica de que este canal não havia sido tratado, foi realizado previamente à intervenção endodôntica
o exame tomográfico do dente com o objetivo de
identificar a possível presença do
canal MV2, tornando assim a busca clínica por este canal mais precisa e
objetiva com o Microscópio Operatório,
pois a tomografia permite, além de identificar a presença ou não do canal MV2, nos mostra também o
ponto exato em que ele se inicia na raiz (terço
coronário, médio ou apical), racionalizando assim
a área de desgaste de tecido dental com as pontas de ultrassom.
Nenhum comentário:
Postar um comentário