sexta-feira, 24 de julho de 2020

Tratamento de canal iniciado por outro profissional: o que já era difícil torna-se quase impossível!

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Desvendar e conseguir dominar a anatomia dos canais radiculares é um dos maiores desafios para o profissional que é Especialista em Endodontia ou qualquer um que se aventure a trabalhar com esta especialidade. Apesar dos estudos anatômicos dos dentes mostrarem que existe um certo padrão anatômico dos canais radiculares para determinados grupos de dentes, muitas vezes somos surpreendidos com configurações anatômicas que poderiam na verdade serem chamadas de “aberrações anatômicas”. O conhecimento e experiência profissional adquiridos ao longo do tempo de prática clínica, bem como a utilização das ferramentas de trabalho adequadas podem fazer uma enorme diferença no resultado final de um tratamento endodôntico.

Não bastasse essa dificuldade anatômica inerente aos canais radiculares, por vezes também somos desafiados em situações clínicas em que os canais radiculares já sofreram intervenção inicial por outros profissionais que não conseguiram localizar ou acessá-los (mesmo sendo casos relativamente simples) , somando-se então mais um fator complicador para a resolução clínica de um determinado tratamento endodôntico: a alteração da configuração anatômica original do canal!

Sim, o que já era difícil de lidar anatomicamente em determinadas situações clínicas torna-se então mais dificultoso e trabalhoso, pois a tentativa anterior e mal-sucedida do outro profissional provoca por vezes alterações na estrutura dental, seja  removendo referências que poderiam guiar e orientar, seja criando irregularidades ou obstáculos nas paredes dos canais radiculares.

Numa alusão ao dente com a sua câmara pulpar e canais radiculares, onde o profissional sabe como é o seu interior, seja através dos estudos anatômicos ou através dos exames de imagem (radiografias e tomografia) realizados previamente à intervenção endodôntica, imagine a sua casa com os seus respectivos cômodos, onde o morador que lá habita no dia-a-dia é capaz de entrar mesmo à noite, sem luz, e ainda assim saberá se orientar na direção da sala, da cozinha, dos quartos, etc... , desviando dos móveis e colocando em prática a sua percepção de espaço para chegar num determinado ambiente sem que sofra acidentes. Intervir num dente já acessado e manipulado com insucesso por outro profissional, é como entrar numa casa que não é sua, à noite, no escuro,  que você numa entrou lá e ainda por cima os móveis foram espalhados de maneira desordenada pelos ambientes, todas as portas foram fechadas, tudo de maneira a dificultar ou impedir o seu ingresso e avanço naquele ambiente desconhecido. É com esta comparação grosseira que dá para entender o que o profissional que assumirá o caso clínico enfrentará doravante!

Este caso clínico ilustra esta situação descrito acima, onde 3 dos 4 canais presentes apresentavam desvios e/ou obstruções que impediam o completo acesso a eles. Conforme é possível visualizar nas imagens radiográficas, apenas o canal ML permaneceu inacessível mecanicamente aos instrumentos endodônticos, mas ainda assim foi possível conseguir preenchê-lo com material obturador, sugerindo que uma possível limpeza química tenha sido alcançada. Apesar das dificuldades iniciais que o caso clínico se apresentava, foi obtido um resultado satisfatório e com prognóstico de bom resultado a longo prazo. É só esperar pelas futuras proservações.

terça-feira, 14 de julho de 2020

Reconstrução e reforço intracoronário das paredes com resina composta previamente ao tratamento endodôntico.


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Este caso clínico ilustra uma situação em que, inicialmente, ainda na fase de diagnóstico, como é importante a realização de exames radiográficos em diferentes angulações, sendo que na tomada radiográfica distalizada foi possível visualizar com maior nitidez a amplitude da extensão da lesão cariosa, enquanto que na radiografia realizada na posição orto-radial a visualização da cárie estava sub-dimensionada.

A remoção do tecido cariado foi realizada com o auxílio do Microscópio Operatório, procurando preservar a integridade das paredes em esmalte das faces V e P, para logo em seguida proceder a realização do reforço interno destas paredes através da utilização de resina composta, preservando assim também a estética natural do elemento dental. A adoção deste procedimento de reconstrução e/ou reforço das paredes coronárias facilita e contribui para a execução de todas as etapas do tratamento de canal.

Após a realização deste procedimento restaurador/adesivo para proteger a estrutura coronária remanescente, foi dada sequência ao tratamento endodõntico com posterior cimentação de um pino de fibra de vidro. A recomendação final era que o indicador procedesse à realização de tratamento reabilitador protético com o objetivo de proteção das cúspides.