


Legenda:
1- Radiografia periapical inicial
2- Radiografia periapical final
3- Radiografia periapical proservação
1- Radiografia periapical inicial
2- Radiografia periapical final
3- Radiografia periapical proservação
Comentário:
Fazer a proservação do tratamento endodôntico deveria fazer parte da continuação do tratamento. Os pacientes deveriam entender desta forma. Muitos profissionais deveriam também entender desta maneira.
Apesar de todos serem devidamente orientados, inclusive por escrito, a retornarem a cada 6 meses para realização de novas radiografias e exames clínicos, o índice de retorno dos pacientes é baixíssimo.
No meu entendimento, o sucesso do tratamento endodôntico só poderá estar caracterizado a partir do momento em que tiver sido realizado o acompanhamento periódico. O sucesso só poderá ser decretado depois de meses ou anos após a finalização do tratamento endodôntico, pois considero que a análise imediata de sucesso, no pós-operatório, deva ser encarada com cuidado e inúmeras restrições/limitações.
Ao receber um paciente para realizar uma consulta para proservação de um caso realizado há alguns meses ou anos atrás fico bastante alegre, pois ali está a oportunidade de verificar se a conduta terapêutica adotada foi exitosa e se o prognóstico estabelecido no início do tratamento foi alcançado ou até mesmo superado.
Fico frustado quando realizo um tratamento e não tenho a oportunidade de acompanhar o resultado a longo prazo. Fico realizado profissionalmente quando tenho a oportunidade de proservar um caso clínico, pois é somente desta forma que posso avaliar se a terapia endodôntica instituída obteve sucesso ou insucesso, ou seja, se o tratamento endodôntico realizado foi capaz de eliminar uma infecção ou de manter a saúde dos tecidos periapicais daquele dente envolvido no tratamento.
Apesar de me sentir realizado profissionalmente, nem sempre o ato de proservar me traz alegrias. Para este caso acima ilustrado, confesso que fiquei atônito e confuso ao ver a imagem radiográfica de proservação.
Será que fiz a radiografia do dente errado? Será que minha secretária trocara a ficha do paciente? Ou será que radiografei o lado errado? Será que não estou enxergando bem ou será verdade que a obturação dos canais radiculares sumiu? Como assim, sumiu!?!? Isto mesmo: S-U-M-I-U.
(Os norte-americanos utilizam o termo “SEPAROU” para dizer que uma lima quebrou dentro do canal. Eles viram para o paciente e dizem: “Sr, infelizmente a lima separou no canal”. Uma maneira bastante suave e menos impactante de dizer que a lima FRATUROU). Pois bem, na hora me veio na cabeça este termo: a obturação SUMIU do canal!
Na grande maioria das vezes, o que queremos com a proservação dos casos tratados endodonticamente é verificar se uma lesão apical está em fase de regressão, se houve o total reparo ósseo da lesão ou se, na ausência de lesões apicais, os tecidos periapicais conservam-se íntegros.
Teoricamente, proservar um caso que não tinha histórico de lesão apical e que receberia um tratamento restaurador e/ou protético seria desnecessário ou perda de tempo para muitos profissionais. Na prática, como fica demonstrado com a apresentação deste caso, acompanhar e verificar os casos que passaram por tratamentos restauradores e/ou protéticos é tão essencial quanto os casos com rarefação óssea apical, afinal de contas, o tratamento endodôntico terminou mas o caso clínico continua!